Quando a vida pára aqui no blog não quer dizer que pare lá fora. É que às vezes gosto de jogar para trás a inspiração e de esticar o pescoço ao sol e deixar a máquina fotográfica em casa, o iphone sem som e ir onde me apetece sem ter de fazer um registo de tudo o que me faz feliz. É também um desapego, desapego da partilha. No sábado que passou fui a um encontro sobre educação em Colos, onde, quem participava, não utilizava ipads, nem tablets, nem iphones, tinham apenas uma caneta e um bloco de notas, falavam quando tinham vontade e ouviam para saber quando queriam falar, numa conversa em círculo que durou algum tempo. E quando, no fim conversávamos, eu sentia que queria ficar ali mais tempo, e continuar a conversar com aquelas pessoas. É que eu às vezes fico cansada da energia que a tecnologia me tira, e sinto falta de conversar com os olhos e com as pessoas. Sinto falta de falar com as mãos, com o corpo. De dizer coisas que não podem ser apagadas ou editadas. De falar mais com o coração, porque quando estamos online é mais fácil lidar com as nossas palavras e dizer aquilo que mais convém à conversa. Ao vivo e a cores ouvimos não só as palavras das pessoas, como lemos o seu corpo, os seus gestos e é mais fácil perceber se os olhos estão coordenados com o que dizem e sentem. Bem sei que a tecnologia é muito importante nos dias de hoje, mas às vezes quero ficar longe dela, quero sentir que posso ver o mundo sem filtros e conversar sem vírgulas. Desligar os monitores e registar a vida apenas no silêncio e fotografar com os olhos as imagens que merecem ser lembradas. Parece que às vezes a nossa felicidade só cabe em fotografias. Por isso, se há dias em que deixo de escrever aqui, não se preocupem, é sinal de que a felicidade nem sempre tem tempo para ser partilhada.
A falta de inspiração

Jane Doe
This is dummy copy. It is not meant to be read. Accordingly, it is difficult to figure out when to end it. If this were real copy, it would have ended long ago, because—as we all know—no one reads body copy, and even fewer read body copy this long.
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e eis que este é um dos melhores posts que leio nos últimos tempos! é mesmo isso:)
ResponderEliminarAi Sílvia, podes não acreditar, mas vim para o computador esta tarde e pensei: epá, tenho de escrever qq coisa no blog senão até parece mal tanto tempo sem dar de mim aqui e comecei a teclar como sempre faço à procura de inspiração, e olha lembrei-me disto, porque é isto que tenho sentido. Faz mais sentido quando falamos assim, sem dar muito nas vistas, do que nos vai no coração. fico muito feliz por teres gostado e espero mesmo falar contigo com mãos e gestos e olhos à mistura porque isto de ser virtual qq dia tem os dias contados, voltamos todos a precisar de ser outra vez de carne e osso, só.
ResponderEliminaracabei de ler e concordo com a Sílvia! simples, directo. e de facto, há coisas que não cabem numa foto!
ResponderEliminarapesar de ser a primeira vez que comento, leio sempre o blog! ;-)
Embora goste muito de escrever no blogue penso e sinto muito isto que acabaste de escrever, se por um lado o blogue, de certa forma, ensinou-me a olhar para as pequenas grandes coisas do dia a dia, por outro esta urgência que por vezes sinto em partilhar levanta-me algumas questões ...
ResponderEliminarGostei muito :)
<3
ResponderEliminarNem mais, isso vai tão ao encontro do que escrevi hoje lá no blogue, é isso mesmo! * boa páscoa.
ResponderEliminarperfeita sintonia :)
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